Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de Rosa || Estreou dia 10 de dezembro de 2020
Crítica por Marcelino Nobrega
Imagem cedida pela A2 Filmes
Estreia da distribuidora A2 Filmes, este filme alemão de duas horas da diretora
Caroline Link mostra uma outra faceta do horror nazista, a das famílias que fugiram da
Alemanha quando Hitler subiu ao poder e se refugiaram em outros países da Europa.
A estória é contada a partir do olhar da caçula de 9 anos da família, a esperta Anna Kemper,
interpretada pela atriz mirim Riva Krymalowski. É ela quem perde o coelho de pelúcia cor-de-
rosa pois, na fuga precipitada, a mãe exige que se leve apenas um brinquedo e justo este
brinquedo tão querido é deixado em Berlim.
Família de judeus intelectuais, o pai Arthur (Oliver
Masucci) é um crítico teatral e jornalista famoso, a mãe Dorothea (Carla Juri) é uma pianista,
com dois filhos, um garoto de 12 anos Max (Marinus Hohmann) e a nossa pequena heroína
Anna.
De uma vida burguesa e confortável, a família Kemper tem que fugir da Alemanha em 1933,
ano da subida de Hitler ao poder, e se refugia na Suíça, na França e na Inglaterra, sofrendo
com a pobreza, falta de perspectiva e com o preconceito antijudaico. Mas mesmo com todos
esses problemas, eles sobrevivem, ao mesmo tempo que recebem notícias muito tristes das
pessoas que optaram por não sair de Berlim.
Imagem cedida pela A2 Filmes
História real, escrita pela própria Anna Kemper, que virou um best-seller internacional, o
roteiro conta a trajetória de judeus que sobreviveram ao holocausto nazista porque
abandonaram suas casas, seus empregos, suas vidas. E pelo olhar de uma criança que não
entende muito bem o que está acontecendo, fica mais comovente ainda. É interessante essa
perspectiva do refugiado, pois é um assunto bem atual nos nossos noticiários e faz-nos refletir
sobre esta tragédia que é abandonar sua pátria pois seu país não o protege mais. Há milhões
de pessoas em situação de refugiados pelo mundo.
Bem interpretado, excelente fotografia e direção, é um filme classudo, não tem muitas
ousadias, tradicional mesmo. Poderia ser bem melhor. Mas vale pela perspectiva de família
refugiada que utiliza, o que não é muito comum em filmes sobre o nazismo e nos faz refletir
sobre acontecimentos atuais. Filme mediano. Nota 7/10.
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